Mulherzinha Contemporânea
A MC não aguentou o espírito consumista e comprou o Kindle mundial. Não dava pra ficar fora dessa, os fretes da amazon encarecem muito os livros.
O dia do ídolo
Fora Barbara Babi Heliodora, ídolos não são muito minha praia. Mas confesso que, redatora na grande imprensa, fiz uma materica que virou um alto de página espremido, mas que ele, o biógrafo dos grandes, ele que tinha uma coluna que me aproximava tanto de casa, ele leu. E repercutiu, e fez o dono do veículo da grande imprensa ler.
Pra variar, naquela semana que não queria mais lembrar que existiu, estava atrasada. Era o dia dele. Estava louca pra vê-lo falar. Nunca tinha visto. Mexia e remexia no que ele escrevia, mas nunca dissera um oizinho sequer.
Porque, para ele, São Paulo é uma merda.
Não levou os livros para autografar. Queria, mas não devia. Nem a coluna, nem, nem.
Suspiro, ai, que bom, nem tão atrasada. Ah, sim, dessa vez estava na Gávea e ele devia estar recebendo pra falar. Chance quase zero de ele desistir.
Ele sobe no palco, começa a falar.
Não contém as risadas, por tudo e por nada. Baixinho, discreta, olha o profissionalismo. Ainda duas falas e os olhos são dele. No caderninho, como ele reage, como ele se comporta, o que ele observa, em que momentos ele anota (ele anota!). Agradece a existência do gravador.
Que maravilha é a desculpa do "só mais uma coisa, que não ficou muito clara".
Delisgado o gravador, agradecimentos devidos feitos. Não aguentou, disse quem era, ajudou a falar mal de São Paulo, conversou uns minutos, fez da historieta ainda mais interessante e cheia de detalhes, tomou café e voltou ao trabalho.
O gravador, de novo, que bom que ele existe.
Ele tava ali do lado, olhando, de rabo de olho, as anotações.