Três semanas
Bicicletas, festas, presentes, imaginações, lembranças do que ainda viverei. Não deu tempo, não dá tempo, nunca vai existir tempo suficiente. Taquicardias, faltas de ar, precisando de concentração, tudoaomesmotempoagora.
Odeio digitar espaços, eles ficam longe das letras, os alemães usam menos espaço. Os brasileiros amam mais, falam mais. Os alemães pensam mais, os alemães pensam demais.
Tour de france (??? - Ah, sim, as bicletas), Suíça, Itália, Grécia... ai. Fica pra outra vez. Não sei se quero outra vez. Medo de ver as inevitáveis caras tristes. Louca pra curar tristezas com um abraço e pronto. Quero saber de amanhã, não quero saber de oceano. Quero Dezembro e Carnaval. Nunca achei que fosse querer isso.
Quero tomar um café da manhã gostoso e não bonito, andar de bicleta e não dirigir uma roda, dizer "até mais" e não "até depois". Não quero mais procurar verbos no fim da frase. Mas quero que o medo da noite continue sendo só o medo do barulho da corrente, quero poder brincar de lego com as palavras e montar um vocabulário próprio e certo, respirar com calma e saber exatamente o que vai acontecer em cinco minutos. Porque sim, eles sabem o que vai acontecer em cinco minutos.
Não quero mais despedidas, não quero contar pra ninguém.