Mulherzinha Contemporânea – Algum possível leitor lembra a contagem?
Noite silenciosa e quase ninguém na sala. Só o que se ouvia era o barulho dos teclados, tico-ticos incessantes, que não se transformariam em nada interessante.
Balança. Pára. Balança de novo.
- Gente, que isso, terremoto?
- “Magina”, deve ser a tal capoeira, esse prédio é tão velho, que eu não duvido que trema com uma roda mais animada.
Mais tico-tico, balança de novo. O site mostra uma tarja preta: era terremoto.
Foi sentido no quinto andar, não é normal. Terremoto no Brasil não é normal, capoeira é.
Poucos dias depois, ciclone em outro estado.
Não deu outra: o risco Brasil diminuiu, o homem mais rico do mundo declara ser um erro não pensar no Brasil quando se trata de investimentos.
Ninguém me tira isso da cabeça: para ser uma economia forte, estável, com fundo soberano (cof, cof, cof, cof) e políticas industriais milagreiras [falta de ar], é preciso se submeter às catástrofes naturais. Sem terremotos, ciclones, tufões, tsunamis, nevascas [precisamos arrumar um vulcão, rápido], jamais chegaremos ao patamar econômico e social com que tanto sonhamos.
O Lula devia ficar conhecido como o presidente que trouxe o terremoto ao Brasil.