Em uma mesa de bar no Rio, ou você fala de Tropa de Elite, ou da última vaca, que você ainda não tinha visto. Vaquinha (ops, quer dizer, 01), pede pra sair!
Fomos invadidos pelas vacas. Andar pelo Rio de Janeiro, hoje, é sinônimo de encontrar a bovininha. Mu-mu é a mais nova melhor amiga do transeunte. Ela anda solta por aí, nada os quatro estilos, lê Drummond junto com o Drummond, fala no orelhão e usa salto alto vermelho com a catiguria da Bebel de Camila Pitanga. Conquistou os corações de ricos, pobres, crianças, velhos, carnívoros e vegetarianos.
Da janela da minha casa não se vê nenhuma, graças. Graças, em parte, porque sou mal-humorada e depois de dois dias vendo vacas a cada esquina, queria que elas saíssem andando e fossem pastar em outra freguesia. Não entendi bem o motivo de espalharem vacas pela cidade. Na Argentina, no país onde se come vacas nas três refeições, pode até ter um sentido filosófico e antropofágico maior. Mas aqui? O país dos preços baixos no quilo do frango? Duvido que espalhassem franguinhos estilizados por aí. Porque ninguém gosta dos franguinhos, ninguém ia querer tirar foto com o franguinho. Frangos, galinhas e familiares não despertam o amor de ninguém. Nem a compaixão.
Rá! Descobri tudo! A cow-parade é uma tentativa (subliminar dos ativistas vegetarianos) de fazer com que paremos de comer carne. Eu sabia, eu sabia. Não podia ser obra de um artista que gosta de churrascaria, criar amor pela vaquinha. Eles subverteram a ordem do bifinho. Querem acabar com a Porcão, com o Filé de Ouro, com o nosso Filé a Osvaldo Aranha! Querem o alho só para eles!
Carnívoros cariocas e simpatizantes, uni-vos! Não dêem bola para as vaquinhas! Deixem as mu-mus que estão soltas em paz! Elas não têm um Kiwi dentro delas, se a gente cortar ao meio. Elas podem oferecer prazeres muito melhores que um Kiwi gigante.